sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Até agora, e contando

   Não tá fácil. Estou andando sem garrafas d'água e está calor. Está chegando o fim do semestre com os trabalhos de faculdade e estou tentando manter cinco horas de sono por noite, em geral ficando com sete e meia. Estou levando sanduíches de casa para almoçar, que são menos saborosos, mas mais saudáveis que os da lanchonete. Levo frutas para o lanche da manhã, que como ao cheiro dos salgados da cantina. Troquei o café pelos chás e pelos sucos, mesmo quando estou com sono, para tirar de corpo o vício de só acordar com cafeína. Estou caminhando muito mais (o que nem de longe quer dizer que estou caminhando muito) e escolhi justamente o verão para fazer isso.

   Enfim, o minimalismo está mostrando suas garras, e eu estou com vontade de agarrá-las e com medo de encarar a fera. Meu professor de flauta transversal disse esses dias, quando treinávamos uma música difícil para mim, que sou iniciante: "É, você estava achando que ia ser tudo fácil?". Sinto a Jéssica, do Minimal Student, dizendo isso para mim todos os dias, acompanhada pelos outros blogueiros que têm me ajudado bastante. E eu respondendo: "Estava sim! Crente, crente!".

   Eu achava que ia ser só manter a mesa arrumada, comer menos, caminhar mais, levar menos coisas na mochila. Sucintamente, achava que ia ser só ter menos e gastar menos. Isso também está sendo um desafio (já deixei de comprar cinco ou seis livros e alguns cafés por causa dessa parte), mas isso é de tudo o mais fácil. O mais difícil é a parte de brigar menos, falar menos, compartilhar menos. É o comportamento mesmo.

   É complicado racionalizar tudo o tempo inteiro. É difícil esvaziar a caixa de e-mails. É dolorido se desapegar de algumas coisas. É dolorido se desapegar de pessoas. Tê-las por perto, por prazer e vontade, mas sem precisar delas. Tudo isso é bom, mas é dolorido. Não porque machuque, não machuca. Você já fez uma aula de Educação Física longa e difícil? Já fez Yoga? É essa dor. Aquela dor de uma posição que exige força e na qual você permanece por mais tempo do que havia permanecido ontem. E o esforço dói. Você nunca tinha sentido aquela dor antes, porque é um músculo que nunca havia sido usado. Você não conhece essa dor, mas sabe que é a dor do desafio e que ela vale a pena tanto pelo presente quanto pela consequência futura. Mas nada disso anula o fato de que é uma dor, e você gostaria de sair da posição e ir logo para a parte do relaxamento.

   Só que com o minimalismo, o relaxamento pode demorar alguns anos para chegar.

   Falando desse jeito pode parecer que são só dores, lamentos e tristezas e o minimalismo não vale a pena. Não é isso, foi a melhor escolha que fiz nos últimos muitos anos. Desde que escolhi entrar para uma escola de Yoga (da qual eu já saí há uns anos também). Mas este artigo está muito comprido, eu vou encerrar por aqui e escrever outro logo acima, explicando a parte boa! ;)
   

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